Aptidão física, Índice de Massa Corporal e absenteísmo em militares
Na sociedade moderna, a diminuição da atividade física e as alterações em qualidade e quantidade dos hábitos alimentares contribuem para o desenvolvimento da obesidade e de outras doenças relacionadas ao estilo de vida; em sua maioria, são crônicas e resultam em custos econômicos, tanto para a sociedade e quanto os indivíduos. A literatura apresenta um conjunto de evidências massivo a respeito dos benefícios da prática de atividade física para a saúde. Focalizando a saúde de militares, o estudo epidemiológico intitulado "Physical fitness, BMI and sickness absence in male military personnel" conduzido na Finlândia (n=7.179), investigou a associação de aptidão física, Índice de Massa Corporal (IMC) e absenteísmo por motivo de doença, em militares do sexo masculino. Naquele país, a avaliação de aptidão física é muito semelhante à metodologia empregada no Teste de Avaliação Física (TAF) do Exército Brasileiro. Os resultados mostraram que o grupo que tiveram licenças mais longas (acima de sete dias), por motivo de doenças, apresentava menor aptidão muscular em três dos quatro componentes do teste de aptidão física e, também, percorreu menores distâncias no teste de Cooper (menor capacidade aeróbica), quando comparados com os grupos afastados por motivo de doença por períodos menores de afastamento (P <0,001). Além disso, IMC elevado, baixa aptidão muscular e baixa aptidão cardiorrespiratória apresentaram-se associados com o aumento no absenteísmo por motivo de doença.Os autores concluíram que a baixa aptidão muscular e baixa resistência aeróbica, bem como IMC elevado são fatores de risco para a queda de produtividade no trabalho de militares, levando a custos adicionais para o empregador; e, nesse contexto, devem-se oferecer informações multifacetadas sobre os riscos potenciais para a saúde aos trabalhadores em risco maior, assim como apoio motivacional a fim de melhorar seu estilo de vida.
